O Accept lançou este ano seu primeiro trabalho de estúdio desde 1996, “Blood of the Nations”, pela Nuclear Blast. O mais novo álbum da banda alemã de Speed Metal com uma pegada bem Hard Rock contém 13 faixas, todas com aproximadamente cinco minutos de duração. Os integrantes da banda, que já foram muitos, atualmente são: Mark Tornillo (Vocais), Wolf Hoffmann (Guitarra), Herman Frank (Guitarra), Peter Baltes (Baixo) e Stefan Schwarzmann (Bateria).
A primeira faixa, “Beat The Bastards”, tem um dos riffs mais bem produzidos do álbum, que é justamente o primeiro. É uma música bem enérgica, com passagens melódicas notáveis. Mark também mostra uma voz bem saturada e com agudos de ótimo alcance. A segunda música é “Teutonic Terror”, que segue uma linha mais melódica, com direito a um coro de fundo no refrão, mas sem deixar o peso de lado, com o baixo muito presente.
A próxima da lista é “The Abyss”, que conta com um grito de abertura. Nesta faixa, os alemães exploram a combinação de peso do baixo e partes de som limpo da guitarra, que servem de pano de fundo para os vocais de Mark. Os vocais recebem doses mais altas de efeitos moduladores, para garantir um clima mais obscuro. Pencas de solos e pequenos interlúdios acrescentam feeling a composição.
Em seguida, a faixa-título. Como se pudera faltar, um refrão reforçado por um coro. Mark atinge seu limite nos agudos. As guitarras apresentam um riff mais alto astral no início, que dá vazão a um clima mais melancólico.“Shades of Death” sucede sequência, abrindo com acordes feitos em violão de cordas de aço que enchem a música de tensão. Bases com peso em ritmo nada acelerado. Os solos em abundância.
Para acabar um pouco com o clima mais lento e melódico, eis que surge “Locked and Loaded”. Com um ritmo mais acelerado, a música se mostra em pé de igualdade a “Beat the Bastards” no quesito energia. A bateria tem um destaque maior nessa faixa do que nas anteriores. A música possui um trecho muito interessante, que une tensão e peso.
Logo após, segue a faixa “Kill the Pain”. Incontestavelmente a com maior feeling do álbum. Pode-se dizer com segurança que se trata da “baladinha” do CD, o que pode agradar e desagradar a muitos. A guitarra tem mais destaque, já que a maior parte do tempo a música é puramente instrumental. Uma melancolia só que permite Hoffmann demonstrar muita técnica.Depois do fade out de “Kill the Pain”, “Rolling Thunder” começa com tudo, mantendo o ritmo das últimas duas músicas aceleradas do álbum. Hoffmann mostra muita originalidade nos solos, de alto nível técnico por sinal
Um clima mais old school é instaurado quando começa a faixa “Pandemic”. A temática da letra é a mais original do álbum, fugindo um pouco do mítico. O baixo é notado com um pouco mais de facilidade.
“New World Comin’” mantém um ritmo menos rápido, com mais melodia que peso. Pode-se dizer que o baixo decepciona com a introdução um tanto sintética. O riff principal pode vir a ser entediante se ouvido com freqüência. Apesar de tudo, os solos são bem interessantes.
“No Shelter” é uma das faixas que mais me agradou, tanto pela letra com alto teor crítico quanto pela parte musical. Riffs simples e pesados que contrastam com trechos de guitarra limpa e momentos em que o vocal é acompanhado apenas pelo baixo, bateria e guitarra como “som ambiente” compõe a música. Assim como “Beat The Bastards” e “Rolling Thunder”, “No Shelter” não é uma música enjoativa (pelo menos as inúmeras vezes que ouvi o álbum não foram suficientes para fazer eu me cansar delas).
“Bucket Full of Hate” é bem inusitada. Uma introdução provavelmente tirada de uma caixinha de música, artigo que se encontra nas profundezas do armário de uma vovó. A música tem um clima bem legal, com melodia demais. A música se encerra com o fade out do solo de Hoffmann.
“Time Machine” é faixa com maior presença do baixo, que inicia a música com um tema melancólico. A banda toda toca não muito depois e a guitarra executa o tema do baixo. O clima “down” se mantém por toda a música.
O destaque maior de “Blood of The Nations” é sem dúvida Hoffmann, que realmente mostrou uma grande evolução durante esse período da banda na geladeira, além do magnífico timbre de guitarra. Tornillo não fez feio e, com toda sinceridade, não deixou nada a desejar, a não ser quanto à presença de palco, um ponto forte do antigo vocalista, Udo Dirkschneider. O que realmente me desapontou, de forma geral, foram baixo e bateria. Baltes quase não saiu da sombra dos guitarristas e sua presença foi marcada apenas nos momentos em que a guitarra fica como fundo. Stefan não teve grande destaque e não esbanjou muita técnica a meu ver. A produção do álbum ficou ótima e exemplar, mas atenção: este é um daqueles álbuns que devem ser apreciados moderadamente. Caso contrário, ouvir “Blood of The Nations” se transforma numa tarefa árdua e capaz de ser desempenhada apenas pelos fãs da banda. Afinal, 13 faixas de aproximadamente 6 minutos cada não são pra qualquer um!
Abaixo, seguem o vídeo do clipe de “Teutonic Terror”, a Track List do álbum e as faixas que mais me cativaram.
Track List:
1. Beat the Bastards
2. Teutonic Terror
3. The Abyss
4. Blood of the Nations
5. Shades of Death
6. Locked and Loaded
7. Time Machine
8. Kill the Pain
9. Rollin Thunder
10.Pandemic
11.New World Comin
12.No Shelter
13.Bucket Full of Hate
melhor cd do ano!
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