O Woslom vem como uma grande promessa do Thrash Metal paulista com seu debut Time To Rise (2010). A banda atualmente formada por Fernando Oster (bateria), Francisco Stanich (baixo), Rafael Iak (guitarra) e Silvano Aguileira (vocal e guitarra) demorou mais de 10 anos após sua formação para lançar um álbum de própria autoria, porém, segundo Stanich, “As coisas começaram a tomar um rumo mesmo a partir de 2007” .
A faixa-título, “Time To Rise”, abre com excelência a obra. A guitarra surge de forma crescente, executando um riff super empolgante, que logo é acompanhado pela banda toda. Silvano mostra sua poderosa voz, acompanhada por um instrumental mais “tranquilo”. Nessa faixa tem de tudo: partes para armar um Circle Pit e sair quebrando tudo e para bangear também. Rafael detona em seu solo, que por sinal é mais extenso do que eu esperava. Muito bom.
“Soulless (S.O.T.D)” é uma música que desde o começo me fez pensar no Megadeth. Riffs de arrebentar bem na linha desses gigantes do Thrash Metal. Fernando mantém a música bem agitada. E tudo complementado pela voz rasgada de Silvano e pelos solos de Rafael. São mais de cinco minutos de pancadaria com um final típico de encerramento de show. Vale ressaltar que foi mais fácil perceber o baixo de timbre bem metálico nesta faixa.
Sem deixar a peteca cair, porém com ânimos mais acalmados, eis que vem “Power & Misery”, que não demora muito a ganhar o pique do Thrash. A faixa é recheada de riffs incríveis, que nos levam diretamente aos tempos do bom Thrash Old School. O solo mantém o clima proposto, apesar da curta aparição.
“The Deep Null” começa com pancadas que se intercalam com partes de baixo. A tensão da música persiste até o momento em que apenas uma guitarra executa um riff enquanto a outra segura a microfonia. Depois da alavancada da guitarra, a música segue com bastante peso, do jeito certo para quebrar alguns pescoços. O eco ajuda na ambiência sombria da música. “The Deep Null” é uma ótima faixa. O Woslom caprichou na melodia e no clima da música.
“Mortal Effect” é uma faixa mais curta. Tem uma abertura completamente diferente das faixas anteriores e fica mais fácil notar a presença do baixo. De modo geral, “Mortal Effect” é bem interessante, principalmente em sua sessão de solos. Porém fica apagada quando se compara às outras faixas.
“Despise Your Pain” apresenta outra abertura progressiva, que começa somente com a guitarra e com o restante da banda apenas aplicando peso em determinadas partes do riff. O mesmo riff que inicia a música se repete na cantoria de Silvano. O solo dá a intenção de que seguirá prezando apenas melodia, mas logo começa o massacre e com técnica bem apurada.
A abertura de “Downfall” é uma das melhores do álbum. Notas apenas ligadas umas às outras que antecedem um curto solo de abertura. A menor faixa do álbum tem uma sonoridade bem interessante. Riffs se intercalam com solos. O tema de abertura aparece mais algumas vezes. Em suma, uma “pequena” bem notável em um álbum de grandes músicas.
Em contrapartida aos 3 minutos de “Downfall”, vêm a gigante “Checkmate” com seus 9 minutos de duração. De forma mais sucinta, a música possui riffs bem empolgantes, um refrão excepcional (impossível de não sair cantando), trechos mais melódicos, solos muito bem trabalhados (os melhores do álbum todo) e até partes com um quê épico. “Checkmate” é resultado de muito trabalho e certamente será ainda reconhecida como um dos clássicos da banda.
“Beyond Inferno” conclui o álbum do jeito que começou: em ritmo acelerado. A introdução segue a linha da abertura de “Mortal Effect”, só que muito melhor desenvolvida. Silvano não está tão sozinho dessa vez. Na parte cantada, é feita uma jogada de pergunta e resposta entre o vocalista e os outros membros da banda. O solo explora uma sonoridade mais dissonante (e com muito sucesso). O refrão também é muito legal.
Time To Rise é o produto de uma banda que soube muito bem aproveitar o melhor de suas influências e transformar tudo isso em algo com muita personalidade. O álbum apresenta muito mais pancadaria do que melodia, mas não abre mão de nenhuma das duas coisas. É um belíssimo começo para a banda que, se depender da qualidade de suas músicas, tem um grandioso futuro pela frente. Não há mais o que se dizer. Simplesmente sensacional! Resta-nos apenas aguardar o sucessor de Time To Rise.
Time to Rise
Soulless (S.O.T.D.)
Power & Misery
The Deep Null
Mortal Effect
Despise Your Pain
Downfall
Checkmate
Beyond Inferno