A megabanda Soulspell, produzida e idealizada por Heleno Vale, lança seu mais recente trabalho de estúdio: The Labyrinth Of Truths (2010). Àqueles que não conhecem essa verdadeira orquestra do Power Metal, eis aqui uma pequena lista de integrantes (os mais conhecidos para instigá-los): Nando Fernandes (ex-Hangar), Edu Falaschi (Angra), Carlos Zana (ex-Outworld e ex-Vougan), Rodolfo Pagoto. O grupo conta agora também com grandes nomes internacionais, como Jon Oliva e Zak Stevens (ambos ex-Savatage), Alex Voorhees (Imago Mortis) e Roland Grapow (ex-Helloween). Heleno Vale também participa de seu projeto como baterista. Para uma lista completa da banda, verifique o site oficial da banda para melhor entendimento do review (www.soulspell.com). O mais interessante está na representação de cada personagem por um vocalista e na interligação de todas as histórias (inclusive as contidas no álbum anterior, “A Legacy Of Honor”) narradas faixa a faixa. Há o uso de personagens consagrados em diversas épocas da história (desde a mitologia grega e egípcia até ícones da cultura da Idade Média e alegorias típicas da literatura vicentina)
O álbum começa com uma faixa bem sugestiva: “The Entrance”, um pequeno prelúdio de abertura, que conta com teclados, guitarra, bateria e baixo. Inclusive um trecho do tema se repete na faixa seguinte o tema é excepcional e não dispensa um pouco do virtuosismo de Rodolfo Pagoto. Logo após o tema, a faixa-título começa brevemente mórbida. Em pouco tempo, o instrumental fica ao fundo, mas ainda com definição, e os vocalistas começam a dar vida as suas respectivas personagens. A faixa é muito bem trabalhada, com acréscimo de partes de violão de náilon e solos exuberantes de guitarra por Rodolfo Pagoto. Todo o instrumental foi devidamente dosado, sem haver exageros.
Na sequência, “Dark Prince’s Dawn”, que abre com um solo eletrizante de Demian Tiguez. Depois do solo, inicia-se a cantoria. As diversas texturas vocais têm grande efeito no feeling da música. A música mantém-se agressiva, porém apresenta mais partes tranqüilas que a faixa anterior. Nesta música fica mais fácil de entender o porquê de categorizar a Soulspell como um Metal Opera. É perceptível em alguns trechos as muitas vozes simultâneas cantando diferentes letras.
Em seguida, “Amon’s Fountain” vem para acalmar os ânimos. Inicia apenas com teclados e com a serenidade de Leandro Caçoilo. Logo após esse trecho inicial, a banda toda entra em um tema super alegre e em ritmo mais acelerado. Há algumas alterações de clima, mas é predominantemente alegre. Belíssimos solos executados pelo ilustre Roland Grapow completam a obra.
“Into The Arc Of Time (Hamiah’s Fall)” inicia com pura melancolia com a voz de Maurício Del Bianco acompanhada pelo piano executado por ele mesmo, que inclusive participou da composição da faixa junto a Heleno Vale. Depois do vocal, entra um pequeno trecho melódico de guitarra executado por Rodolfo Pagoto e toda a tristeza é expressa por toda a banda. Os ex-Savatage marcam presença em seus papéis alegóricos de Consciência (Zak Stevens) e Insanidade (Jon Oliva). A parte de maior tensão está no pequeno monólogo do insano Jon Oliva, onde são sobrepostos partes cantadas pelo próprio.
“Adrifit” vem para quebrar um pouco do clima depressivo. Nesta faixa, Daisa Munhoz faz a introdução dos vocais após um pequeno trecho de apresentação da música. Lucas Martins é o único a acompanhar Daisa. Também pudera: a música trata do romance entre os personagens por eles interpretados. A música tem uma sonoridade mais pop. Pagoto faz um solo com uma pegada bem original.
“The Verve” começa novamente com Daisa Munhoz acompanhada de Gabriel Magioni ao piano. Após a parte cantada de Rafael Gubert, toda a banda entra em um tema que mistura tensão e um pouco de alegria. Em pouco tempo a tensão acaba predominando. Essa é a única faixa em que não há solos. Tem uma parte instrumental, com dobra de guitarra e teclado, mas não um solo propriamente dito.
“Forest Of Incantus” surge subitamente com um clima de tensão, com um quê de música renascentista. Dan Rubin é o primeiro a mostrar sua voz furiosa, que em seguida é acompanhada de Daisa no refrão. Cleiton Carvalho faz apenas uma passagem melódica em seu primeiro solo, sem muitas firulas. A música não apresenta grandes reviravoltas, mantendo o clima por toda a faixa. O segundo solo de Cleiton é quase tão discreto quanto o primeiro, só que mais extenso e mais trabalhado, mas ainda dando preferência a uma sonoridade mais melódica e menos veloz.
Por último, “A Secret Compartment”. A faixa começa com um riff fantástico, de pegada mais Hard Rock. Tito Falaschi começa a cantoria depois do instrumental. Os refrãos ficam por conta de nada mais, nada menos, que o frontman do Angra Edu Falaschi. Não é uma aparição tão grande quanto às de Jon Oliva e Zak Stevens, por exemplo, mas foi suficiente para que ele mostrasse um ótimo desempenho. A parte do refrão cantada por Manuela Saggioro me pareceu um pouco enjoativo, mas sou suspeito para tal afirmação (afinal, ouvi a música muitas vezes e o refrão é cantado muitas vezes). Há um trecho em que muitas vozes são sobrepostas e fica impossível acompanhar tudo. Durante esse trecho tão cheio de vozes, Pagoto arrasa nos solos e sobra até para Gabriel Magioni o momento de fritação. A faixa encerra em um fade out.
The Labyrinth Of Truths é de fato um Metal Opera. Com ampla variedade de climas, com instrumentos muito bem colocados (é possível notar a presença de todos os instrumentos), com raros momentos em que o ouvinte tem dificuldade de entender o que está acontecendo. Todos os músicos exprimem sua marca registrada e até aqueles que nunca ouviram o trabalho de algum dos músicos poderiam facilmente identificá-lo. Pagoto foi o guitarrista que mais se destacou, já que é ele quem mais participou das músicas. Heleno não poupou investimentos e produziu um ótimo álbum. The Labyrinth Of Truths é muito mais agressivo que seu antecedente A Legacy Of Honor (2008 – Hellion Records) e é prova de que a Soulspell Metal Opera está ganhando reconhecimento, alcançando artistas de renome mundial e divulgando nossas estrelas.
Seguem o link da lista de músicos faixa a faixa e o áudio de “The Labyrinth Of Truths”, “Dark Prince’s Dawn” e “Into The Arc Of Time (Hamiah’s Fall)”.
http://whiplash.net/materias/news_861/112392-soulspell.htmlTrack List:
- The Entrance
- The Labyrinth of Truths
- Dark Prince’s Dawn
- Amon’s Fountain
- Into the Arc of Time (Haamiah’s Fall)
- Adrift
- The Verve
- Forest of Incantus
- A Secret Compartment
very nice review
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