quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Destruction - Day Of Reckoning (2011)


Nesses últimos anos, o Thrash Metal vem ficando cada vez mais em alta graças as grandes turnês feitas pelas grandes bandas do estilo (Big Four, Thrash Fest, etc), e certamente graças aos grandes lançamentos destas bandas. Pensando nos últimos álbuns lançados do Thrash mundial, o Destruction com este novo álbum marca seu lugar em meio aos lançamentos das grandes bandas e definitivamente demonstra aos fãs que ainda tem fósforos para queimar e incendia-los com o melhor do Thrash Metal.
Embora seja um bom álbum, D.E.V.O.L.U.T.I.O.N.(2008) passou batido por muitos fãs da banda. Logo, era preciso algo de impacto para mostrar que o Destruction continuava forte. Eis que os alemães lançam o Day Of Reckoning(2011) que é de cara um dos melhores lançados por eles desde a volta de Marcel 'Schmier' Scirmer (baixo, vocal), com músicas que realmente pegam o ouvinte de jeito numa porrada Thrash no melhor estilo da banda. A banda ainda é composta pelo mestre dos riffs, Mike Sifringer e o novato Vaaver, que entrou no lugar de Marc Reign que já estava a nove anos nas baquetas da banda.
The Price já abre o CD de maneira infernal e caótica, sem dúvidas uma das melhores do CD. Tudo que você quer no Destruction está aqui: vocal doentio de Schimier e riffs contagiantes de Mike, além da bateria ultra acelerada desta máquina chamada Vaaver. Destaque lá pro meio da música, um riff de corda solta para quebrar o pescoço, seguido por solos cheios de alavancadas. Refrão típico da banda que faz todos cantar a plenos pulmões.
Hate Is My Fuel é também a música escolhida para videoclipe deste álbum. Outra grande música, riffs no melhor estilo da banda, bateria acelerada e com aquele timbre de sempre (que pode ser um tanto chato ao longo do CD), e Schimier mandando ver no vocal cheio de raiva. Outro refrão para cantar e levantar os punhos no show. Repare no bumbo nesta música, ele simplesmente não para!
Armageddonizer inicia num tom mais cadenciado, perfeito para headbang, acelerando em determinadas partes da canção. Devo dizer que não achei nada de mais nessa música, apesar de contar bons riffs e tudo mais, não é algo que salta aos olhos. Detalhe no refrão que Schimier dobra a voz provavelmente com ele mesmo, criando um tom esquisito na música. Alias, ta ai uma coisa que o Destruction não aprendeu a retirar do seu som, essas dobras de voz, o que torna o som um tanto artificial. Repare instantes após a metade da música o baixo de Schimier se fazendo presente, uma das poucas vezes em que é possível ouvi-lo.
Devil's Advocate é em minha opinião a melhor música do álbum. Nela é possível ouvir todos os instrumentos com clareza, além de possuir riffs excelentes e cativantes, lembrando os primórdios da banda. Música acelerada com refrão marcante cantado com maestria por Schimier. Vaaver mais uma vez surpreende com seu bumbo que nunca para. Detalhe para os solos virtuosos, será que é de Mike? Se for, o cara se superou em termos de técnica, visto que solos nunca foram seu forte. Espero que eles toquem essa música no show aqui no Brasil, sem dúvidas é uma que vai funcionar muito bem ao vivo.
Day Of Reckoning inicia com arpejos virtuosos indo para um riff cadenciado. Outra música boa, porém não tão boa quanto outras presentes no álbum. No entanto, senti que ela está muito bem posicionada no álbum, pois dá certo descanço para o ouvinte, podendo relaxar um pouco o pescoço após tanto headbang. Outro solo eficiente de Mike, após ele, o ritmo da música acelera. Ótimo refrão!
Sorcerer Of Black Magic inicia dando ênfase a voz de Schimier, que aliás lembra bem a voz de Tom Angelripper (Sodom). Após um momento de calma o que é possível perceber nesta canção é a porrada sonora que a banda consegue fazer, tudo regado a ótimos riffs, letra,refrão e bateria poderosa. Outra grande música prepare seu pescoço! Nela é possível perceber que a banda, assim como a grande maioria das bandas de Thrash Metal de sua época, está pegando elementos do metal tradicional, sendo que isso não faz com que a música perca seu poder de fogo.
Misfit tem um riff excelente, cheio de cadências e corda solta, sem dúvida um dos melhores riffs do álbum. Toda a agressividade da banda pode ser percebida nessa música, bem “old school”, com refrão grudento para cantar levantando os punhos. Mike da uma aula de solos eficientes, sem frecuras, estando ali para servir à música. Vaaver numa hora dessas já pode ser considerado uma escolha super certa por parte da banda; grandes viradas desse monstro!
The Demon Is God é liricamente a música mais “old school” desse trabalho. Letra profana de ataque à religião, algo que a banda parecia estar abandonando. E como podemos ver pelo título, está música não mede palavras e mostra totalmente a posição da banda em relação à religião e como ela afeta a vida da nossa sociedade. Músicalmente, o riff inicial é muito legal, utilizando apenas de harmônicos na guitarra, algo muito diferente do que ouvimos por ai. A música segue um tom mais cadenciado com ótimos riffs e refrão que dá vontade de gritar o mais alto possível. Coloque essa música no máximo para atormentar seu vizinho cristão.
Church Of Disgust vem na linha de sua antecessora, ou seja, letra de puro ódio à igreja. A música começa com uma reza e desencadeia numa porrada só, contando com ótimos riffs e uma letra muito bem sacada cantada de forma muito nervosa por Schimier. Refrão grudento que levará o ouvinte a ter as mesmas reações da música anterior. Mais uma vez uma música poderosa com veia “old school”; uma das melhores do CD. Detalhe no final, Schimier manda aqule “uéehr” típico do black metal, o que também demonstra o nojo proposto no título da música.
Destroyer Or Creator mantém o pique do CD, entretanto, se comparada com outras músicas do CD, ela fica num lugar secundário. Prepare-se para acabar com o seu pescoço com tanto headbang nessa faixa, que é mais cadenciada e portanto perfeita para esse tipo de pratica. Ao menos o refrão mantém a mesma linha do álbum: simples e fácil para fazer a galera cantar.
Sheep Of The Regime finaliza este grande trabalho dos caras. Outra música ótima, com riffs inspiradíssimo de Mike, esta música tem boas variações de tempo, indo de algo rápido até algo mais cadenciado. Vaaver destrói nesta música, ótimas viradas e pedal duplo super rápido. Estruturalmente esta música lembra a clássica Life Without Sence (Eternal Devastation – 1986).
Se você tiver a chance de adquirir este CD com a faixa-bônus, ouvirá mais uma bela homenagem feita ao mestre Ronnie James Dio. O Destruction escolheu a clássica faixa Stand Up And Shout do disco de estréia da banda Dio, o clássico Holy Diver (1983). Devo dizer que o cover ficou ótimo, tem toda a pegada Destruction, sem tirar a propriedade que a música original tem, ou seja, este é o que podemos considerar como um cover perfeito. Vale a pena conferir.
Para finalizar, este CD mostra um Destruction potente, fazendo aquilo que os deu a posição que tem hoje em dia (que francamente deveria ser maior). Músicas contagiantes, rápidas e sem firulas, contando com os mestres Schimier e Mike, que estão na melhor fase de suas carreiras, visto que estão desempenhando seus papéis muito bem. Aproveite mais um álbum precioso que for feito nessa nova era do Thrash Metal!

Tracklist:
01 - The Price

02 - Hate Is My Fuel
03 - Armageddonizer
04 - Devil’s Advocate
05 - Day Of Reckoning
06 - Sorcerer Of Black Magic
07 - Misfit
08 - The Demon Is God
09 - Church Of Disgust
10 - Destroyer Or Creator
11 - Sheep Of The Regime
12 - Stand Up And Shout (bonus track)




PS: Descubri que Ol Drake (Evile) participou com solos e dobras em muitas músicas deste novo disco do Destruction. Tá ai explicado os solos altamente técnicos que são possíveis conferir. Para mais informações, acesse aqui

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