sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Firewind - Days Of Defiance(2010)

Por Danilo



  A banda grega fundada pelo mais novo virtuOzzy, Gus G. (guitarra), lança “Days of Defiance”. Com Apollo Papathanasio (vocais), Michael Ehre (bateria), Petros Christo (baixo) e Bob Katsionis (teclados e guitarra), o grupo flerta com diversos estilos musicais neste álbum, que passam por diversas vertentes do metal até chegar a um som mais pop e comercial.              
   A música de abertura, “The Ark of Lies”, começa com uma abertura de violão e synths curta, mas sombria e de muito bom gosto. Em poucos segundos, a música ganha peso e assim se mantém, com passagens de teclado, riffs alternando melodia e peso, vocais enérgicos e ritmo acelerado. Em seguida, “World on Fire”, que mantém peso para não deixar ninguém desanimar. Começa com um riff matador e empolgante e, assim como a faixa anterior, alterna entre momentos de peso e tensões melódicas garantidas por Gus e Bob. Em ritmo menos acelerado que “The Ark of Lies”, a faixa segue com peso até o fim. Os solos são o ponto alto da música, onde Gus e Bob esbanjam técnica e velocidade e finalizam em uma belíssima dobra de guitarra e teclado.
  “Chariot” dá sequência ao álbum com um clima mais épico, sustentado por Apollo e Bob. O refrão conta com coro afinadíssimo ao fundo. Solos melindrosos de Gus e Bob esbanjam virtuosismo. “Embrace The Sun” tem um ar predominantemente mais pop do que se espera de uma banda de Power Metal. Em meio a esse clima no mínimo desencantador, frases prontas são despontadas por toda a faixa. “The Departure” é um prelúdio excepcional onde o grandioso Bob deixa sua técnica escorrer pela ponta de seus dedos. O fundo musical nos dá uma sensação de estar viajando pelo espaço. Muito boa essa introdução!
  Após 44 segundos cósmicos, o ouvinte volta à Terra com “Heading For The Dawn”, esta que mostra um Power Metal bem acelerado. Após os vocais com um estilo bem épico, guitarra e teclado fazem uma pequena conversação por solos, tudo com muita categoria e alto nível. Para acalmar os ânimos e deixar os ouvintes mais enérgicos e radicais um pouco desapontados, vêm “Broken”, que segue uma linha super comercial de som, com letras medíocres e tudo mais. Nem mesmo o solo consegue salvar a música, sendo muito convencional para os padrões de Gus G. Próxima!
  Ainda com intro de violão com um toque melancólico que inclusive me fez lembrar os fados portugueses, é a vez de “Cold As Ice”. O peso da banda toma conta em poucos segundos. Senti falta de um teclado na música. (Nota: poucas são as bandas com tecladistas que eu tolero. Menos ainda são as que gosto!)        Na sequência, “Kill In The Name Of Love” vem para atender aos pedidos daqueles que estavam com saudade do som sintético dos teclados. Gus e Bob exprimem muito feeling em temas executados em conjunto e separadamente.
  “SKG” incia-se com um clima de tensão, reforçado pela guitarra de Gus em um tema, que em questão de segundos é acompanhado pela banda inteira. A tensão é substituída pelo solo sensibilizante de Gus. O clima de tensão é restaurado por Bob, que também executa um solo em meio a toda a agonia do tema. Guitarra e teclado duelam intensamente de forma contagiante. Até sobram brechas para baixo e bateria se exibirem um pouco. A farra do tema principal é retomada e é concluída com um frenético breakdown de notas. Dessa vez, Apollo ficou no banquinho tomando uma água.
  Depois de um descanso, Apollo volta na faixa “Losing Faith”. A intro soa muito pop. Foi muito difícil segurar a vontade de excluir essa faixa do review, principalmente após a decepção com “Broken”. A faixa também me desapontou no quesito Lyrics. Letras com termos clichês. Gus G teve uma curta aparição solo e Bob sequer teve um solo. “The Yearning” vem na sequência, com um riff de peso significativo na abertura. A música segue com riffs percussivos e um vocal que transmite certa sensação de desespero. Na sessão de solos da faixa, Gus G faz muito bem sua parte. Bob consegue confundir os menos habituados ao som do teclado, fazendo parecer que o solo seja proveniente de uma guitarra .
  Para fechar “Days Of Defiance”, “When All Is Sad And Done” começa com melancolia de sobra, que vai sumindo no fade out, dando vazão ao som de uma bateria em ritmo frenético, acompanhada por todos os instrumentos. A faixa apresenta contrastes entre partes de som limpo e partes com distorção. O teclado permanece a música inteira apenas com a função de ambiência.
  O álbum foi definitivamente marcado pelo ótimo desempenho de Gus G. e Bob Katsionis. O baixo manteve-se na sombra de todos os outros instrumentos, com uma presença menos notável que em outros álbuns (necessita muita atenção para notar que Petros não saiu da banda). Apollo apresentou evolução na voz também, que aparenta ter, pelo menos em estúdio, se acrescido de ganho em comparação aos trabalhos anteriores da banda, o que fica mais a cara do Power Metal. Porém, apesar de ter pensado ser implicância da minha parte, as letras das músicas mostraram-se, de modo geral, abaixo da qualidade esperada. Isso pode ser comprovado observando comentários de fãs ao redor do mundo. Com exceção das faixas “Broken” e “Losing Faith”, “Days Of Defiance” é de muito bom gosto e pode vir a tornar-se um dos clássicos da banda fascinada pelo Fogo, segundo muitos fãs.
Track List:
  1. The Ark of Lies
  2. World On Fire
  3. Chariot
  4. Embrace the Sun
  5. The Departure
  6. Heading for the Dawn
  7. Broken
  8. Cold as Ice
  9. Kill in the Name of Love
  10. SKG
  11. Losing Faith
  12. The Yearning
  13. When All Is Said and Done
                                            

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