sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Dimmu Borgir - Abrahadabra(2010)


Dúvidas pairavam no ar após a banda anunciar o single do álbum, muitos acharam que o som estava indo para um lado mais sinfônico. Somado a isso, temos o fato de metade da banda ter saído, causando certo temor aos fãs. Contando somente com Shagrath (vocal, teclados), Galder (guitarra) e Silenoz (guitarra), e músicos contratados Snowy Shaw (baixo, vocais limpos) e Daray(bateria), fora a série de músicos convidados. Embora não seja apreciador do estilo da banda, esta parecer ter acertado a mão. Vejamos:
O álbum inicia com a instrumental Xibir, muito orquestrada e sombria, mostrando ao ouvinte que já pode se esperar de todo o álbum: músicas orquestradas, épicas e sombrias.
Born Treacherous vem logo em seguida, provavelmente a música mais extrema do álbum, conta com baixo na cara e Shagrath utilizando de diversos recursos em sua voz, desde guturais graves até o seu típico vocal gutural rasgado.As guitarras são bem black metal e a bateria frenética, há até passagens para o puro bang! É possível notar que mesmo nessa música, o nível de orquestrações é muito grande e praticamente não cessa! Enfim, a melhor música do álbum em minha opinião.
Gateways foi o single do álbum, não acho ser a mais forte do disco, mas com certeza resume bem o que está nele.A música segue com Shagrath mandando ver nos vocais e a guitarra quase desaparece.Destaque para a linha de bateria, não fazendo feio frente aos trabalhos anteriores.Nesta música há a participação da vocalista Agnete Kjølsrud, seu vocal dá um contraste bem legal a música mas é um tanto esquisito.
Chess With The Abyss apresenta passagens com mais guitarras, sem tantas orquestrações; refrão legal seguido por um solo um tanto simples mas que faz sentido na música.Digamos que seja uma música mais “secundar” do álbum. Dimmu Borgir entra com corais e uma pegada bem épica, devo dizer que ela da uma quebrada no clima, achei meio “feliz” e um tanto forçada; os efeitos na voz de Shagrath soam artificiais.No meio da música vem uma parte instrumental liderado pela guitarra de muito bom gosto, seguido por cantos gregorianos e Shagrath cantando a lá Nergal.Outro ponto ao baterista Daray, veja no final da música a velocidade que o bumbo chega!
O sombrio volta com a faixa Ritualist, iniciada no violão(algo bem diferente para o Dimmu Borgir) e indo para algo bem tradicional do black metal, blast beats comendo solto! Shagrath canta com sua voz caracteristica e a própria pegada da música remete aos bons tempos da banda. Vale a pena conferir essa faixa.
The Demiurge Molecule tem um começo bem feito, aqui o vocal Shagrath é definitivamente o mesmo que o do Nergal, é impressionante a semelhança, entretanto Shagrath consegue manipular sua voz muito bem, seguindo varias linhas diferentes de vocal na música. A orquestração “invade” a música um pouco antes da metade, deixando a música um tanto cansativa. Nessa faixa já é possível sentir a falta de Vortex (baixo,vocal limpo) em suas partes contrastando bem com a voz de Shagrath.
A Jewel Traced Through Coal tem um inicio bem atmosférico e sombrio, quase um filme de terror.Outra música altamente orquestrada, mas aqui é possível sentir toda a fúria e peso da banda, ouça os blast beats comendo solto mais uma vez, aliado a riffs cortantes e rápidos de guitarra e a voz de Shagrath extremamente obscura. Ótima música para bang, principalmente na metade, quando a música da uma cadenciada perfeita para esse tipo de prática. Destaque mais uma vez a brilhante performance de bateria.
A veloz Renewal abre com os instrumentos já na cara, numa pancadaria só, e então entra um tema de guitarra beirando o power metal, ótimo começo. Quando Shagrath entra a música toma uma direção de contratempos muito interessante, baixo bem na cara. Brutalidade relembrando os velhos tempos da banda, grande destaque! Bata cabeça com força quando a música chegar aos 2:23 min. Aqui damos falta de Vortex mais uma vez, achei a voz “limpa” bem forçada e um tanto nada a ver com a música.
Endings And Continuations é mais uma das bem sombrias do álbum, chagando a ser um pouco chato no começo, enquanto o clima vai sendo exposto. No mais, a música segue a linha do álbum, com muitos efeitos orquestrados e épicos, guitarra ficando um pouco a fundo e Daray detonando sem dó na bateria. É nessa faixa que temos a presença de Kristoffer Rygg (ou Garm) no vocal, tornando a música bem interessante, ainda que perca toda a atmosfera que tinha no começo.
Como bônus temos Gateways (Orchestral) que em minha opinião é um saco, se não gosta dessas coisas instrumentais, pule para o cover da música Perfect Strangers do Deep Purple e se divirta com esse bem sacado cover da banda, vale pela homenagem.
Por fim, posso dizer que não se trata de um álbum ruim, basta uma dose cavalar de paciência para entender o som(ainda mais pra quem não aprecia muito a banda como eu), mas acho que vale o esforço. Algo diferente e bem feito para os fãs!


Track List:
01. Xibir
02. Born Treacherous
03. Gateways
04. Chess With The Abyss
05. Dimmu Borgir
06. Ritualist
07. The Demiurge Molecule
08. A Jewel Traced Through Coal
09. Renewal
10. Endings And Continuations
11. Gateways (Orchestral) (Bonus Track)
12. Perfect Strangers (Deep Purple cover) (Bonus Track)

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